segunda-feira, 14 de maio de 2018

As coisas mudam


É engraçado como as coisas mudam com o tempo. Como aquela amizade que você jurava que ia durar simplesmente se torna distante. Como aquele amor que você achava que se casaria, simplesmente acaba. Tudo acaba virando uma memória, e isso tem me angustiado esses dias. Como as pessoas conseguem esquecer da gente tão facilmente. Como as relações de hoje podem ter se tornado tão voláteis ao ponto de hoje você amar a pessoa e amanha nem lembrar do rosto direito.
"Ah, fulano, conheço sim"
Eu fico indignada.
Não que eu não seja assim, eu também sou. E acho que isso é o que me deixa mais puta! Eu gostaria de agir diferente, mas parece que está na minha configuração central. Acho que daqui pra frente tenho que me controlar mais sobre isso e, talvez assim, as pessoas começam a se importar mais comigo.

sábado, 12 de maio de 2018

amore


Por que o amor é tão banalizado, se no final é tudo o que queremos?
Por que continuamos a resolver as coisas com violência, se no final não se resolve nada?
As pessoas pensam que o amor é questão de vergonha, segundo plano e se enganam ao pensar que outras coisas são mais importantes.
O amor nos motiva, nos faz sair da cama pela manhã, nos faz continuar e
nosso mundo girar. Talvez eu esteja sendo redundante, mas não sei outro meio de mostrar isso.
Amor de mãe, de pai, de irmão, amigo ou amante. Todos contam quando se é verdadeiro.
E a um último apelo, que deem valor enquanto os têm. Algumas coisas não voltam, assim como o tempo que é um corredor incansável e cruel.
Aproveitem cada vão momento.

sábado, 5 de maio de 2018

Me vi.

Quando eu era pequena, eu cansava de escutar as pessoas reclamarem do meu cabelo. Ele é cacheado, e parecia que as pessoas repudiavam o volume e o frizz. Eu nem tinha noção de nada, minha personalidade ainda estava se formando e a opinião das pessoas acaba importando muito nessa idade, a gente só quer ser aceito, mesmo que achemos que precisamos mudar para isso. Acabei sedendo a pressão e sofri no salão por mais ou menos cinco horas, em um processo de química que fazia meus olhos arderem e minha garganta secar. Era uma tortura que eu achava necessário passar. E depois de ouvir as pessoas elogiando e dizendo que estava mais bonita, eu continuei com isso por mais uns seis anos.
Anos! Passei esse tempo todo sofrendo com o formol e negando minhas ondas, que acreditem se quiser, eu gostava do meu cabelo. E invejava as meninas com cabelo cacheado. O que não fazia o menor sentido. Eu tinha medo da rejeição que poderia vir, tinha medo de ser zoada mais ainda.
Até que um dia, depois de passar um tempão vendo vídeos de transição eu olhei minhas fotos de criança e me bateu uma saudade daqueles cachinhos, que me faziam tão eu. Naquele dia eu decidi parar com a progressiva.
Os meses seguintes foram tão difíceis, não me sentia bonita e aquela raiz alta com o resto liso me davam pesadelos. Mas eu não desisti! Nem quando os outros falaram que eu não aguentaria. Isso só me deu força para mostrar que eu podia.
Quando eu por fim cortei todo o resto da química, me senti tão livre. Tão leve e bem, que eu queria chorar de alegria. Eu podia ver as pontas enrolarem e sentir a textura daquele cabelo natural.
Quando eu olhei no espelho, eu pude me ver de verdade. Pelo menos foi o que senti. Depois de dois anos eu ainda estou aprendendo a cuidar e deixa-lo do meu jeitinho, mas não me importo nem um pouco. As pessoas as vezes olham estranho e perguntam se eu não arrumei, mas quer saber, eu decidi não me importar com elas, se esse povo não quiser me aceitar, que se f*da, não preciso disso (meu marido tem dois empregos kk).
Todo o volume e frizz não me fazem tremer de raiva, mas me dão vontade de brincar com ele e ver até onde vai. Meu leãozinho me faz mais eu.